Passarinhando

 Nessa história de passarinhar sempre fui a observadora compassiva, tentando interpretar os sinais sem invadir o espaço alheio. É incrível como mesmo sem tocar o outro podemos estar perto, unidos e conectados. A vida que pulsa em mim, também pulsa em ti. Nesse passarinhar muitas vezes fui solitária, observando e guardando meus sentimentos para mim, pois o outro nunca parecia ser capaz de entender a profundidade daquilo. Mas a solidão física não parecia se estender à totalidade, pois me sentia sempre na presença de um chamado, algo muito maior que me guiava pelas noites, preces, silêncios e rezas.

A vida tem dessas coisas

E a jornada seguiu e o tempo cumpriu seu papel. Essa observadora que vos fala aprendeu a confiar nas convicções, permanecer em silêncio e ter luz para compartilhar quando, vez ou outra, um pássaro pousar por perto sem nada lhe dizer ou pedir. 

Algumas coisas são questões de alma.

Tem coisa que a gente só sente

como passarinhar...



Foto: Bem-te-vi solitário no Campus da USP - Meu clique - Dez/2020

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